quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mídia e Cultura
A mídia, pensada como avassaladora, importa em se estabelecer. Estamos nos acostumando, principalmente, a digerir um cardápio oferecido, imaginando-se ao gosto do freguês, isto é, ao que se pede. Assim, sons e imagens penetram viroticamente pelos neurônios minando a minúscula iniciativa de um levante cerebral. Diria que a mídia comporta-se, ainda que avassaladora, em forma de guerrilha virtual conquistando adeptos sem derramar sangue. Outdoors coloridos, belos anúncios em revistas ou mesmo no velho jornal, embalagens fantasiosas e a campeã TV.
Para a TV abro um espaço maternal. Já imaginaram como chegaria à escola uma criança que ali se debateria inusitadamente com a TV? Que reação teria? Certamente outra diferente da usual. Na escola haveria, suponho, um mediador denominado educador/professor, tornando-a objeto de aprendizagem e não de consumo. Todavia é impossível um ser constituído de tecido, nos paradigmas atuais, competir com a cibernética TV produzida nos lares.
Ora, o que foi dito anteriormente é cultura. E inegável esta nova face mutante diariamente. Ao mesmo tempo em que as tradições são perdidas pelos passeios futurísticos, conserva-se a tradição pela possibilidade disponibilizada pela própria mídia.
Creio que a apropriação do que seja mídia, na forma crítica mais profunda e abrangente, possa unir-se a uma cultura menos injusta com o seu próprio ecossistema.

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